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Fórum BRICS no Brasil apoia stablecoins contra o Dólar

Recentemente, entre os dias 15 e 17 de setembro de 2025, Brasília foi palco do 2º Fórum BRICS de Valores Tradicionais. O evento aconteceu dentro da Câmara dos Deputados e trouxe à tona discussões sobre temas muito atuais, como o uso de criptomoedas e stablecoins entre os países membros do bloco. Esses tópicos foram levantados como uma forma de enfrentar a “ameaça” que o dólar representa.

No painel intitulado “Criptomoedas: o futuro do dinheiro e das transações comerciais”, participaram o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e diversos especialistas. Pinato começou ressaltando a importância do BRICS e a necessidade de se criar uma moeda própria para os países que compõem o grupo. Ele enfatizou que o Brasil não deve depender do dólar nem da influência norte-americana, que ele considera uma ameaça à soberania das nações.

Ele destacou: “Não podemos desistir, principalmente os países mais pobres e em desenvolvimento. É hora de clamarmos por direitos iguais. Eles não podem nos impedir de evoluir ou decidirem com quem podemos fazer negócios”. Essas palavras ecoam a frustração de muitos países que desejam se desvincular da hegemonia do dólar.

Defesa das Criptomoedas pelos Especialistas

O especialista financeiro Paulo Figueiredo entrou na conversa afirmando que Brasil e China podem facilitar suas trocas comerciais utilizando as suas próprias moedas, evitando assim a necessidade de transações em dólar. Contudo, ele também lembrou que, mesmo com esse esforço, eliminá-lo do comércio mundial é uma batalha difícil. “Tentar tirar o dólar do comércio global é uma causa perdida”, disse ele.

Figueiredo mencionou ainda que os Estados Unidos, que recentemente optaram por apoiar stablecoins – moedas digitais lastreadas em dólar – em vez de moedas digitais de bancos centrais, indicam que essa pode ser uma alternativa mais segura para transações internacionais. Para ele, usar moedas digitais com base no dólar para operações, como a exportação de soja para a China, faz mais sentido do que depender da moeda americana.

Na mesma linha, Theodor Bogorodsky, especialista em criptomoedas, elogiou o sistema de blockchain e compartilhou insights sobre como as transações com cartões de crédito e criptomoedas estão se integrando. Ele lembrou que muitos países, como China e Rússia, estão em processo de digitalização de suas economias, mas acredita que buscar uma moeda única para todos os membros do BRICS é um erro. A melhor abordagem, segundo ele, seria utilizar as stablecoins já existentes para facilitar o comércio entre os países.

Fórum Organizado pelo Congresso Nacional

Esse evento, que teve como tema “Unindo tradições, fortalecendo nações”, foi organizado pela Frente Parlamentar do BRICS no Congresso Nacional e pela Aliança de Mulheres do BRICS, com o apoio da Associação Mundial de Valores Tradicionais. O BRICS é um espaço de articulação e cooperação entre países do Sul Global, contando com a participação de 11 nações: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Durante os três dias de discussões, os participantes abordaram questões como desdolarização, turismo sem visto entre os países do bloco, conservação cultural, inovação em saúde e questões ambientais. Esse tipo de diálogo mostra que há um esforço coletivo para redefinir o cenário econômico e levar adiante as aspirações de uma cooperação mais fortalecida entre os membros do BRICS.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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